segunda-feira, 5 de outubro de 2009

às vezes

Às vezes as possibilidades magoam, quando representam o que não conseguimos ser, os lugares aonde não chegámos ainda. Falta muito para crescer, resta saber esperar, acertar nas escolhas.
Irónico que queira algo durante muito tempo e, no exacto momento em que desisto, tudo o que deixei de querer se apresenta facilmente, sem restrições, apenas boas perspectivas. E, para variar, já não sei o que quero.
Sim, complico o que é fácil, mas apenas porque tenho medo e não sei perdê-lo.

terça-feira, 1 de julho de 2008

Corações partidos

Quem tem estado por perto já percebeu que este ano tem sido de partir o coração, para mim... Perdi muitas coisas, ganhei muito poucas. Ainda estou a aprender que as coisas más transformam-nos em pessoas melhores, mas nem sempre se consegue ver essa luzinha ao fundo do túnel, acreditar que realmente vem uma fase boa após uma má.
Perdi o que pela primeira vez consegui ou queria dar a alguém, deixei cair muitos sonhos e desejos por neste momento não saber se realmente vale a pena desejar e querer o que quero, sobretudo porque nunca acreditei ser merecedora dessa felicidade. Apesar das desventuras, tem sido um ano de trabalho magnífico. Mas isso não chega para compensar o resto. Não esconde que estou zangada com o mundo, com as pessoas à minha volta. Percebi de forma muito clara quem vale a pena ter por perto, a quem posso telefonar às 2 da manhã a chorar, ou quem me sabe arrancar um sorriso quando o meu caos se instala. É bom saber que os amigos estão cá. Tenho andado especialmente contente por, de forma muito cibernética, me ter reaproximado de uma amiga muito querida. E como tem sido bom ler os seus comentários ao que vou escrevendo... Espero com o tempo conseguir retribuir e saber dizer o quanto tem sido importante para mim...
Hoje, especilamente, a tristeza instalou-se porque um amigo está a passar por momentos muito difíceis, daqueles que não sabemos resolver, que não nos trazem de volta quem perdemos. Apetece-me dar-lhe um abraço, prometer que tudo vai ficar bem, dizer que dói muito perdermos quem se ama, que não se ultrapassa isso, mas aprende-se a viver ...

domingo, 18 de maio de 2008

...

Continuo sempre com a mesma sensação de coração apertado. Por vezes dói muito saber que estamos no momento certo para abrir mão do que sentimos para dar lugar a coisas novas.
Como se o gesto de abrir uma mão e deixar voar o que estivemos a prender, apertadinho, nos doesse, fundo, fundo no coração. Esquecemo-nos tão depressa do que passa... e recordamos tão facilmente o que passou... Importante tem sido perceber que quando abrimos a mão para libertar, estamos também a fazê-lo tornando-nos mais disponíveis para receber. Encontramos um lugar muito amplo onde podemos recomeçar a construir no lugar do que se destruiu ou desmoronou...
... o melhor de tudo isto é que, com o tempo, acabamos por perceber que nada se perdeu, sai-se sempre a ganhar, nem que seja pela lição... e bom, bom, é vermo-nos rodeados das pessoas que mais nos magoaram e que aprenderam a dar e receber como melhor sabem, podem e conseguem. Os que ficaram pelo caminho aprenderam o mesmo, mas não connosco e no nosso tempo...

terça-feira, 29 de abril de 2008

Por vezes usamos o nosso tempo para reflectir sobre tudo. O que corre bem, o que corre menos bem, o que corre mesmo, mesmo mal. Enquanto olhamos para trás e tentamos aprender uma lição, continuamos a recuar, a descer, numa espiral negativa em que ora vislumbramos uma luzinha lá em cima, ora vemos o fundo de um poço que parece não o ter... Por vezes, quase sempre, enquanto olhamos para trás, para as portas que se fecharam, para o que perdemos, para o que tínhamos, não vemos que nesse momento, à nossa frente, se abre uma fresta. Começa a entrar luz nova, começa a arder uma nova chama, o ar parece mais leve, mais fresco. Afinal, a Primavera vem para todos, mas nem sempre na mesma data :D
Iupiiiiiiii!!!

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Things we miss, people we waste

Perco demasiado tempo. A pensar no que quero, naquilo de que gosto, em tudo o que sou, fui, quero, tive, vivo...nas possibilidades...nas minhas realidades...

Às vezes sinto muitas saudades do que havia. Na verdade, poucas vezes reconhecemos na devida altura quão bom é um momento, a beleza de um sorriso, um cheiro peculiar, uma sensação intensa. Raramente nos apercebemos verdadeiramente de que um dia sentiremos nostalgia de um momento particular, de uma frase ouvida, da eternização ou prolongar daquele breve instante. Pelo menos é o que me dizem.

Eu, felizmente?, pertenço ao grupo das pessoas auto-imunes. Dos que sentem no exacto momento que estão cheios de sorte, que recordarão durante muito tempo aquele gesto, dos idiotas que dão a devida importância na devida altura. Faço parte das pessoas que apreciam os momentos, de forma muito introspectiva e semi-secreta, e mais tarde os recordam através da lembrança da sensação vivida. E revivo tudo. Como se existisse em mais dimensões que aquelas que conheço. Como se os meus sentimentos e pensamentos soubessem guiar-me para me obrigar a sentir tudo o que me fez sentir mais viva. O reverso menos bom desta medalha é que nem sempre queremos reviver. Os pensamentos deviam fechar-se a si mesmos numa caixinha, afastarem-se de nós quando temos de avançar noutra direcção. Enquanto nos assaltam, continuam a desenrolar possibilidades. Mas somos tantos... como é possível que as minhas possibilidades se cruzem com as de outras pessoas? Como posso garantir que a coincidência estará do meu lado?

Sinto saudades de tanta coisa.. de tanta gente...

...da maciez do cabelo, do abraço apertado, do brilho do olhar, do coração apertado, do toque na face... por vezes estas recordações transportam-me para outra realidade... nem sei se foi apenas minha, se por coincidência se cruzou com outra... mas terei de escolher apagar alguém, para que tudo isto faça sentido.

Por vezes as coisas que recordamos do passado afastam-nos das pessoas do presente. Mesmo se, por coincidência, no passado nos aproximaram.